As
exibições do projeto "TEM LIVRO NA TELA (Cineclube Cinemata e Biblioteca Mestre Batista num
diálogo entre Cinema e Literatura)" tiveram início no dia 07
de novembro de 2015, no Ponto de Cultura Estrela de Ouro, espaço que sedia o
Cineclube Cinemata e a Biblioteca Mestre Batista.
A
proposta da iniciativa, como já explicitado anteriormente aqui, é discutir a fusão da linguagem
cinematográfica e literária proporcionando aos participantes experienciar diferentes
construções culturais originárias de uma mesma narrativa, enfatizando a
capacidade de comunicação entre texto e vídeo, mostrando que mesmo sendo
fazeres diferentes se relacionam e se identificam.
Para
iniciar as atividades o tema escolhido foi: contos de fada; a obra literária
foi: "João e Maria", conto de tradição oral coletado pelos Irmãos
Grimm (Panadés e Olimpio). Esta obra foi escolhida por sua potência em demonstrar o valor de contar
e ouvir histórias, visto que, a história remete à um fato ocorrido lá na idade
média, que trazia consigo uma narrativa que montava vivências e costumes da
época e que com o passar dos anos foi se adaptando aos novos fazeres da
sociedade contemporânea. Sendo considerada uma obra clássica que perdura até os
dias atuais, sempre dinâmica como naturalmente é a cultura e a literatura oral.

Participaram
das atividades 15 (quinze) crianças, onde no primeiro momento foi apresentado o
livro de Taísa Borges e as crianças que conheciam o conto foram auxiliando a
mediadora na montagem da história a cada virada de página. Ao fim da leitura
das imagens do livro foi feita a exibição do filme, que trazia da mesma forma o conto de fadas com algumas alterações na
história referentes às mudanças ocorridas da sociedade medieval para o contexto
social da contemporaneidade.
A história tal como a conhecemos é uma versão esterilizada para a classe média do século XIX, mas a
original era uma admoestação da dureza da vida na Idade Média. Devido à fome e
à constante escassez de comida, o homicídio infantil era uma prática comum na
Idade Média. Nesta história os irmãos são deixados no bosque para que morram ou
desapareçam porque não podem ser alimentados.
Nas primeiras cópias da coleção dos Irmãos Grimm não
havia madrasta; a mãe persuadiu o pai a abandonar os seus próprios filhos. Esta
mudança, como na Branca de Neve, parece ser uma atenuação deliberada da
violência contra as crianças, para as mães modernas que não suportariam ouvir
sobre mães que ferissem os próprios filhos.
O motivo da mãe ou madrasta ter morrido quando as
crianças matam a bruxa é porque a mãe ou madrasta e a bruxa são, de fato, a
mesma mulher, ou, pelo menos, que a personalidade delas está fortemente ligada.
Além de porém as crianças em perigo, têm a mesma preocupação pela comida: a mãe
ou madrasta para evitar a fome e a bruxa com a casa feita de comida e o seu
desejo de comer as crianças. Há também outra versão que é a de que João e
Maria que resolveram dar um passeio e não que a mãe os expulsou de casa, eles
se perdem na floresta e aí que encontram a casa de Doces. Esta última versão é
a encontrada no livro da ilustradora Taísa, o que deu um bom parâmetro para que
fossem discutidas questões como: o papel da mulher e da mãe na sociedade atual, a
importância da não violência contra as crianças e ainda a percepção de que o audiovisual também possibilita a leitura, embora, na maioria dos casos, esta já venha com um formato previamente elaborado, oferecendo o livro uma maior possibilidade de criação por parte do leitor.
Ao fim do debate as crianças puderam desenhar um novo
final para a história e alguns desenharam o personagem que mais se
identificou. Foi um dia bastante produtivo e com bastante participação dos
pequenos que não se desprenderam das atividades nem por um instante.
Fontes: Texto postado por Bárbara Gonçalves, assessora pedagógica do Ponto de Cultura Estrela de Ouro; fotos por Ederlan Fábio, produtor do Ponto de Cultura Estrela de Ouro e idealizador do Cineclube Cinemata.
Fontes: Texto postado por Bárbara Gonçalves, assessora pedagógica do Ponto de Cultura Estrela de Ouro; fotos por Ederlan Fábio, produtor do Ponto de Cultura Estrela de Ouro e idealizador do Cineclube Cinemata.
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